quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Técnicos parceiros do projeto Aquiflora recolhem matrizes do camarão Pitu para reprodução em cativeiro

Pedro Custódio (à direita), da Larvi, no transporte do Pitu
Técnicos da Larvi, empresa parceira do projeto Aquiflora, recolheram nesta quarta-feira (15/1) na fazenda de piscicultura Lawrence, no município de Brejinho, mais 14 fêmeas do camarão Pitu (Macrobrachium Carcinus). Rigorosamente selecionadas, elas farão parte do grupo de matrizes reprodutoras que estão ajudando a repovoar a barragem de Umari, na Bacia do Rio Carmo - Oeste do Rio Grande do Norte. A espécie, em extinção, é um dos principais focos entre as metas do projeto que leva do selo Petrobras Ambiental.

O domínio das técnicas de manejo visando maior sobrevivência até o estágio de soltura do Pitu em ambiente natural é considerado um grande avanço para a equipe. No Nordeste, há registro de poucas tentativas nesse sentido - a maioria delas acabou sendo descontinuada ou perdeu força nos últimos anos, explica Anísio Neto, consultor em tecnologia de Aquacultura: "Hoje temos um modelo que já pode ser repetido em produções equilibradas, mas essa ainda é uma espécie pouco estudada e que ainda carece de muitos testes e experimentos para que possamos ter resultados mais expressivos".

Clique aqui e confira flashes da entrevista com os técnicos

Os testes de desenvolvimento da pós-larva em cativeiro estão sendo feitos no Centro de Piscicultura Lawrence, em Brejinho. A empresa é parceira de longa data da Agência Brasileira de Desenvolvimento Sócio-Ambiental (ABDA), que executa o Projeto Aquiflora. O local irá receber em pouco tempo laboratório e novos equipamentos voltados não só para o desenvolvimento do Macrobrachium carcinus, como também de espécies nativas de peixes do sertão que estão desaparecendo, como o Piau, curimatã, traíra e Acará-Açu.

Da esqueda para a direita, Elias Miguel (Diretor da Piscicultura Lawrence), Anísio Neto (Biólogo, Consultor da Larvi), Odilon Araújo (Engenheiro de Pesca, consultor da Larvi) e  José Salim (Coordenador geral do projeto Aquiflora) discutem projeto de laboratório para espécies nativas


A empolgação da equipe envolvida com os estudos do Pitu é visível, e os motivos são claros. Altamente territorial, predatória e até canibal, a espécie chegou a ser desacreditada algumas vezes para reprodução em cativeiro. Soma-se a isso, o fato do ciclo reprodutivo dessa espécie de camarão necessitar de diferentes níveis de salinidade, processo dominado em laboratório: "Foi complicado, mas achamos os parceiros certos e estamos cumprindo nossos objetivos", afirma o coordenador do Aquiflora, José Salim. "Já trabalhamos juntos há alguns anos e é uma parceria sempre produtiva, com resultados interessantes para todos", explica o diretor da Piscicultura Lawrence, Elias Miguel.

De acordo com o engenheiro de pesca da Larvi Aquacultura, Pedro Custódio, o grande desafio já foi vencido: "Já havíamos tentado reproduzir o Pitu em cativeiro com algumas experiências frustradas, quando a sobrevivência era muito pequena e nem se chegava ao estágio da pós-larva. As coisas foram evoluindo ao ponto de concluirmos esse estágio, e com isso já estamos repovoando junto com o Aquiflora reservatórios do estado. No sentido comercial, nosso próximo desafio é dominar o processo de engorda em cativeiro", explica.

O projeto Aquiflora é executado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Sócio-Ambiental (ABDA), com Patrocínio da Petrobras - selo Petrobras Ambiental e Governo Federal.

Por: Riccardo Carvalho - Jornalista profissional - MTE: 1.616 SRTE/RN

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