quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Peixes nativos sobrevivem a fecundação em cativeiro e são transferidos para desenvolvimento em viveiros

Elias Miguel, diretor da Piscicultura Lawerence (direita) extrai alevinos das incubadoras com funcionário

O projeto Aquiflora colocou hoje em viveiros cerca de 240 mil alevinos fecundados em cativeiro de duas espécies sobre-exploradas no sertão potiguar. Os 'filhotes' de Piau (Leporinus Piau) e Curimatã (Prochilodus cearencis) eclodiram os ovos na última segunda-feira (20/1). A fecundação em cativeiro ocorreu no sábado (18).

Momento da aclimatação e soltura de alevinos em um dos viveiros preparados para receber espécies nativas

Os peixes passam agora a viver do alimento natural produzido nos viveiros fertilizados da Piscicultura Lawrence, em Brejinho (RN). O trabalho da equipe do Projeto será o monitoramento do desenvolvimento e sobrevivência dos peixes até que atinjam o porte de alevinos juvenis para soltura em rios e açudes donde vieram seus pais, o sertão da região semiárida do oeste potiguar, municípios de Upanema e Campo Grande.

Importante esclarecer que, além de sobre-explotadas no sertão, essas duas espécies nativas foram dizimadas de pequenos e médios açudes comunitários dos municípios da citada região na seca braba de 2012 e que ainda perdura.  Diante da carência de oferta de filhotes para reposição, o Projeto, então, tomou a iniciativa de montar uma estrutura, em parceria com a Piscicultura Lawrence, para produzi-los e leva-los de retorno à casa de seus familiares.

Alevinos de Piau (Leporinus piau), apenas 4 dias após a eclosão dos ovos, momento da soltura em viveiro
Esta primeira geração de peixes saída de laboratório mostra que aposta deu certo e a expectativa foi correspondida.  Agora é colocar a técnica no ponto e ajustar os procedimentos  para ganhar mais velocidade e capacidade de produção. E também esperar que as chuvas voltem para “fazer água pros peixes”, lembrou com muita propriedade o pescador que assessorou a equipe do Projeto na captura dos pais, ao saber da novidade.

Por: Riccardo Carvalho - Jornalista profissional - MTE: 1.616 SRTE/RN

Nenhum comentário:

Postar um comentário