Engenheiro Odilon Araújo coordena seleção de machos e fêmeas matrizes para reprodução |
Na sequência, é a vez da retirada do sêmem do macho. Misturados os fluidos, é possível observar quase que instantâneamene a fecundação. O processo é repetido no tanque dos Piaus (Leporinus piau), também com sucesso. A partir daí, comemoração geral. A sistematização do processo vai garantir o povoamento da barragem de Umari e outros pequenos reservatórios do RN com espécies nativas que entraram em processo de desaparecimento devido à pesca desordenada.
O processo para estimulação de desova em cativeiro leva pelo menos cinco dias. Primeiro, um macho saudável e algumas fêmeas são recolhidas da natureza e levadas para viveiros. Depois de ovadas as fêmeas são 'aclimatadas' em tanques menores juntas com os machos, que estão prontos para fecundar a qualquer momento. A partir daí, começa o estimulo à desova com a injeção de extratos de hipófise - glândula extraída de peixe e comercializada que tem a função de estimular outras glândulas, inclusive aquelas ligadas à reprodução, como é o caso. São três injeções com intervalo de 9 horas. Depois, é só esperar os sinais de que o macho pretende inseminar. Agitado, ele começa a dar voltas nas fêmeas. Aí é a hora de retirar os ovos manualmente para facilitar e melhoras as chances de sobrevivência no processo.
Equipe extrai ovos de uma fêmea de piau. É importante frisar que o animal não sofre ferimentos no processo. |
Elias Miguel, diretor da Pisc. Lawrence |
De acordo com o diretor da Piscicultura Lawrence, os tanques que receberam os alevinos para crescimento foram tratados de forma diferenciada. Por se tratarem de espécies diferente daquelas desenvolvidas 100% em cativeiro, os piaus e curimatãs não aceitam ração: "Por isso precisamos antes adubar os tanques, para que eles possam se alimentar da própria matéria orgânica", explicou Elias Miguel.
Por: Riccardo Carvalho - Jornalista profissional - MTE: 1.616 SRTE/RN
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