Itamar Rocha (ABCC) e José Salim (Aquiflora) |
A 10ª edição da Fenacam atraiu produtores, trabalhadores,
estudantes e curiosos em conhecer as principais novidades da produção e
processamento do camarão no país. Foram
três dias de exposição, palestras e trocas de experiência entre os
participantes. O que para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores
de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, deverá fortalecer o setor frente ao interesse
do governo federal de importar camarão de outros países, sobretudo da Argentina.
No estande do Aquiflora, foram expostos exemplares do Camarão Pitu e disponibilizados ao público folhetos explicativos sobre a pesquisa com a espécie, promovida pelo Projeto. Também foram expostos exemplares de tilápia desenvolvidos pelo Projeto Policam, que assim como o Aquiflora, é executado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Ambiental (ABDA).
Os estudantes foram um público significativo durante o evento. Rayssa Calixta,
estudante de Engenharia de Aquicultura na UFRN, por exemplo, esteve na Feira e
visitou o estande do Aquiflora. “Eu achei uma ótima feira porque, quem é
estudante encontra aqui mais uma forma de decidir o que quer no curso. E esse
estande foi o que mais atraiu por ter mostra do camarão pitu e da tilápia”,
disse.
Jomar Carvalho visita estande do Aquiflora |
O editor da revista Panorama da Aquicultura, Jomar Carvalho também participou do evento, visitou o estande do Aquiflora e falou com a nossa equipe sobre as suas impressões em relação
ao setor pesqueiro e à Feira. Veja uma parte da entrevista:
Aquiflora: Qual é
o cenário de produção no setor pesqueiro hoje no Brasil?
Jomar Carvalho: A
pesca já está estagnada, o Brasil não consegue mais passar de 700 mil toneladas
há muito tempo e a demanda é crescente. O Brasil importa muito pescado e isso
prova que a gente pode produzir muito mais pra cobrir, inclusive, o que a gente
importa.
AQ: Qual é o
principal impedimento hoje para que isso aconteça?
JC: Fica até
difícil dizer qual é o principal impedimento, mas o licenciamento é uma questão
muito delicada. Não é que não exista o licenciamento porque a aquicultura é uma
atividade poluente ou impactante, não é esse o caso. Acho que o público de uma
maneira geral que não conhece pode até ter essa percepção, a questão é
burocracia mesmo. É falta de comprometimento de um país que prefere importar a usar
o seu potencial para produzir aqui dentro.
AQ: E as linhas
de crédito, o financiamento como estão?
JC: O
financiamento está diretamente ligado ao licenciamento. Como ninguém tem, então ninguém tem financiamento. Você pode até
supor que todo o pescado produzido pela aquicultura brasileira se deve ao
trabalho e aos recursos de quem está produzindo.
AQ: Essa
dificuldade existe em proporção diferente para pequenos e grandes produtores?
JC: Não, não.
Essa dificuldade é geral. Mas alguns estados agora estão facilitando o
licenciamento para pequenos produtores. Como São Paulo, por exemplo e o Acre.
AQ: Como está o
apoio à pesquisa?
JC: A pesquisa
foi muito bem apoiada pelo governo Lula e nesse início de governo Dilma também.
E eu espero que continue.
AQ: O que achou
da feira este ano?
JC: A feira tá
boa! E o nosso público está aqui. Eu gosto muito disso, de ter esse contato
mais próximo com os nossos leitores.
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