quarta-feira, 26 de março de 2014

Técnicos pesquisam ocorrência do camarão Pitu em açudes do Sertão

Pesquisa está sendo realizada em açudes do Sertão
O Projeto Aquiflora realizou uma pesquisa sobre a ocorrência do camarão Pitu no município de Campo Grande. A ação, promovida no período de 12 a 22 deste mês, aconteceu no açude Segundo Holanda, comunidade de Caiana de Baixo, e contou com a participação de pescadores locais.

O estudo começou com a colocação de covos ao longo do açude, e despesca no dia seguinte para verificação das capturas.  De acordo com o coordenador do Projeto, José Salim, os resultados foram negativos para a presença de pitu.  “Apesar de não encontrarmos Pitus, foram capturados camarões pequenos, comuns em rios e açudes da região. Segundo os especialistas, trata-se do Macrobrachium amazonicum, que é uma espécie nativa da região Norte do país e foi introduzida no sertão para servir de ração natural para peixes”.

Camarões de outra espécie foram encontrados no açude
Uma particularidade do açude investigado é a presença de água salobra, condição indispensável para a reprodução do camarão Pitu. José Salim ressalta que o fato do estágio larval dos animais ocorrer em águas com essa condição explica a migração de pitu para estuários na época da desova. “Eles vêm do alto curso de rios que deságuam no mar, mas essa condição hoje está impedida de existir no sertão pelos barramentos dos rios para construção de açudes. Por isso a importância de estudar os reservatórios de águas salobras. Queremos verificar se a condição química da água está favorável à contribuição do Projeto Aquiflora para o renascimento do pitu na caatinga”, afirmou. 

A mesma pesquisa será realizada em outros açudes da região e, uma vez encontradas condições favoráveis ao desenvolvimento do carcino, será feito o povoamento com pitus adultos nesses locais. Mas a não existência do animal nesses locais também é um fator importante no estudo. “A ausência do pitu no açude pesquisado também é muito significativa na investigação porque pode demonstrar, no caso de reprodução, o retorno da espécie no repovoamento realizado pelo Projeto”, avaliou o coordenador.

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