segunda-feira, 17 de junho de 2013

Fenacam: visitantes discutem produção aquícola com o Aquiflora

Itamar Rocha (ABCC) e José Salim (Aquiflora)
A 10ª edição da Fenacam atraiu produtores, trabalhadores, estudantes e curiosos em conhecer as principais novidades da produção e processamento do camarão no país.  Foram três dias de exposição, palestras e trocas de experiência entre os participantes. O que para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, deverá fortalecer o setor frente ao interesse do governo federal de importar camarão de outros países, sobretudo da Argentina.

No estande do Aquiflora, foram expostos exemplares do Camarão Pitu e disponibilizados ao público folhetos explicativos sobre a pesquisa com a espécie, promovida pelo Projeto. Também foram expostos exemplares de tilápia desenvolvidos pelo Projeto Policam, que assim como o Aquiflora, é executado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Ambiental (ABDA).

Os estudantes foram um público significativo durante o evento. Rayssa Calixta, estudante de Engenharia de Aquicultura na UFRN, por exemplo, esteve na Feira e visitou o estande do Aquiflora. “Eu achei uma ótima feira porque, quem é estudante encontra aqui mais uma forma de decidir o que quer no curso. E esse estande foi o que mais atraiu por ter mostra do camarão pitu e da tilápia”, disse.

Jomar Carvalho visita estande do Aquiflora
O editor da revista Panorama da Aquicultura, Jomar Carvalho também participou do evento, visitou o estande do Aquiflora e falou com a nossa equipe sobre as suas impressões em relação ao setor pesqueiro e à Feira. Veja uma parte da entrevista:

Aquiflora: Qual é o cenário de produção no setor pesqueiro hoje no Brasil?
Jomar Carvalho: A pesca já está estagnada, o Brasil não consegue mais passar de 700 mil toneladas há muito tempo e a demanda é crescente. O Brasil importa muito pescado e isso prova que a gente pode produzir muito mais pra cobrir, inclusive, o que a gente importa.

AQ: Qual é o principal impedimento hoje para que isso aconteça?
JC: Fica até difícil dizer qual é o principal impedimento, mas o licenciamento é uma questão muito delicada. Não é que não exista o licenciamento porque a aquicultura é uma atividade poluente ou impactante, não é esse o caso. Acho que o público de uma maneira geral que não conhece pode até ter essa percepção, a questão é burocracia mesmo. É falta de comprometimento de um país que prefere importar a usar o seu potencial para produzir aqui dentro.

AQ: E as linhas de crédito, o financiamento como estão?
JC: O financiamento está diretamente ligado ao licenciamento. Como ninguém tem,  então ninguém tem financiamento. Você pode até supor que todo o pescado produzido pela aquicultura brasileira se deve ao trabalho e aos recursos de quem está produzindo.

AQ: Essa dificuldade existe em proporção diferente para pequenos e grandes produtores?
JC: Não, não. Essa dificuldade é geral. Mas alguns estados agora estão facilitando o licenciamento para pequenos produtores. Como São Paulo, por exemplo e o Acre.

AQ: Como está o apoio à pesquisa?
JC: A pesquisa foi muito bem apoiada pelo governo Lula e nesse início de governo Dilma também. E eu espero que continue.

AQ: O que achou da feira este ano?
JC: A feira tá boa! E o nosso público está aqui. Eu gosto muito disso, de ter esse contato mais próximo com os nossos leitores.

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